Blog feito com amor!

2 de nov. de 2016

A beleza Albina.


A Beleza é mais do que se vê!

Mais uma vez venho por meio deste blog incentivar as mulheres albinas a se gostarem como são, não é a cor que define se essa ou aquela pessoa é bonita!

Menina e moça!

Está naquela idade inquieta e duvidosa,
Que não é dia claro e é já o alvorecer;
Entreaberto botão, entrefechada rosa,
Um pouco de menina e um pouco de mulher.

Às vezes recatada, outras estouvadinha,
Casa no mesmo gesto a loucura e o pudor;
Tem cousas de criança e modos de mocinha,
Estuda o catecismo e lê versos de amor.

Outras vezes valsando, o seio lhe palpita,
De cansaço talvez, talvez de comoção.
Quando a boca vermelha os lábios abre e agita,
Não sei se pede um beijo ou faz uma oração.

Outras vezes beijando a boneca enfeitada,
Olha furtivamente o primo que sorri;
E se corre parece, à brisa enamorada,
Abrir as asas de um anjo e tranças de uma huri.

Quando a sala atravessa, é raro que não lance
Os olhos para o espelho; e raro que ao deitar
Não leia, um quarto de hora, as folhas de um romance
Em que a dama conjugue o eterno verbo amar.

Tem na alcova em que dorme, e descansa de dia,
A cama da boneca ao pé do toucador;
Quando sonha, repete, em santa companhia,
Os livros do colégio e o nome de um doutor.

Alegra-se em ouvindo os compassos da orquestra;
E quando entra num baile, é já dama do tom;
Compensa-lhe a modista os enfados da mestra;
Tem respeito a Geslin, mas adora a Dazon.

Dos cuidados da vida o mais tristonho e acerbo
Para ela é o estudo, excetuando-se talvez
A lição de sintaxe em que combina o verbo
To love, mas sorrindo ao professor de inglês.

Quantas vezes, porém, fitando o olhar no espaço,
Parece acompanhar uma etérea visão;
Quantas cruzando ao seio o delicado braço
Comprime as pulsações do inquieto coração!

Ah! se nesse momento, alucinado, fores
Cair-lhe aos pés, confiar-lhe uma esperança vã,
Hás de vê-la zombar de teus tristes amores,
Rir da tua aventura e contá-la à mamã.

É que esta criatura, adorável, divina,
Nem se pode explicar, nem se pode entender:
Procura-se a mulher e encontra-se a menina,
Quer-se ver a menina e encontra-se a mulher!




Machado de Assis






1 de mar. de 2016

Da Paraíba para o mundo!




Decidi superar’, diz adolescente albino e deficiente visual da Paraíba.

Ele tinha vários motivos para ser introspectivo. Diz que sofre preconceito desde que começou a frequentar lugares públicos, mas preferiu tomar outra decisão. Davi Dias tem 17 anos, é albino e, por causa da anomalia, tem deficiência visual. Atualmente, o jovem está no ensino médio regular e pratica três esportes com os colegas do Instituto dos Cegos de Campina Grande.
O adolescente mora no bairro do Santa Rosa com a mãe e mais três irmãos, mas apenas ele é albino. “Cresci ouvindo piadas, tanto sobre o albinismo ou pela deficiência visual”, diz. Davi começou a frequentar o instituto quando tinha 10 anos. Ele tem 10% da visão do olho direito e 20% no esquerdo.
“Foi no Instituto dos Cegos que eu passei a enfrentar melhor essas coisas. Aqui se faz um trabalho muito bom que incentiva os deficientes a fazerem atividades como qualquer pessoa. Foi assim que eu decidi superar e viver minha vida. Às vezes eu ainda fico triste com algumas coisas, mas sempre passa”, conta.

Davi começou a estudar na entidade, onde aprendeu o braile. Quando chegou ao 6º ano, ele foi encaminhado para o ensino regular na Escola Estadual Senador Argemiro de Figueiredo, conhecido como Polivalente. “No colégio eu passei por muito preconceito, sofri bullying, além de ser xingado muitas vezes”, lembra. O rapaz diz que, apesar das campanhas de conscientização, esses casos ainda acontecem.
O esporte foi uma válvula de escape para Davi. O adolescente pratica judô, futebol de cinco e goalball, modalidade criada exclusivamente para pessoas com deficiência visual, que consiste na marcação de gols do arremesso de bolas que contém guizos dentro.

O jovem foi vice-campeão no esporte nos últimos Jogos Brasileiros Escolares que ocorreram em Natal, no Rio Grande do Norte, este ano. A equipe paraibana foi formada por jogadores de Campina Grande e João Pessoa. “No futuro eu queria participar de paraolimpíadas, representar não só a Paraíba, mas o Brasil. Não custa nada sonhar, não é?”, brinca.

Sobre: Instituto dos Cegos de Campina Grande, Paraíba:

A entidade campinense existe desde 1952, quando foi criada pelo professor José da Mata Bonfim. Segundo a atual presidente, Adenise Queiroz, além das aulas regulares e do braile, os alunos fazem aula de música, informática e atividades diárias. “Nossa proposta é que o nosso aluno ganhe autonomia. Faça atividades em casa, como arrumar a cama ou cozinhar”, explica.
O instituto sobrevive de doações. De acordo com a direção,  várias pessoas se propõe a ajudar, inclusive se tornando sócios. A entidade ainda tem um setor de telemarketing e conta com convênios com a prefeitura de Campina Grande, que cede professores da rede municipal para dar aula no local.

Fonte: Associação de Deficientes e Familiares, (ASDEF)